Em julho, a economia dos EUA criou 187 mil novas vagas de emprego, ficando abaixo das projeções de 200 mil postos feitas por economistas consultados pela pesquisa da Reuters.
Em julho, a economia dos EUA criou 187 mil novas vagas de emprego, ficando abaixo das projeções de 200 mil postos feitas por economistas consultados pela pesquisa da Reuters.
Ilustração dolar (Pixabay)
O dólar à vista encerrou a sexta-feira em baixa frente ao real, após três dias de alta, com influência do cenário externo. Dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos elevaram as apostas de que o Federal Reserve pode não aumentar mais os juros em 2023. O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8748 reais na venda, registrando uma queda de 0,51% (enquanto o comercial teve uma redução de 0,48%, fechando a 4,875 reais na compra e na venda). Apesar da movimentação negativa no último dia da semana, o dólar acumulou alta de 3,03% ao longo da semana.
Na B3, às 17:14 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento apresentou uma queda de 1,03%, atingindo 4,8930 reais. Pela manhã, o dólar à vista chegou a subir em relação ao real, seguindo a tendência da véspera. Na máxima da sessão, às 9h01, o dólar à vista atingiu 4,9206 reais (+0,43%).
A divulgação dos novos dados de emprego nos EUA às 9h30 mudou o cenário. O Departamento do Trabalho informou que a economia dos EUA gerou 187 mil postos de trabalho em julho, abaixo das expectativas dos economistas, que projetavam 200 mil postos, de acordo com a pesquisa da Reuters. O setor privado gerou 172 mil vagas, enquanto se esperava 179 mil, e o setor público abriu 15 mil novos postos. Embora os dados tenham mostrado ganhos salariais fortes, o resultado reforçou as dúvidas sobre a necessidade de mais um aumento de juros pelo Federal Reserve ainda este ano. Em reação a essa notícia, o dólar à vista passou para o território negativo, acompanhando a queda da moeda norte-americana em relação a moedas fortes e emergentes no exterior.
No Brasil, a baixa da moeda foi intensificada pelo fato de que, na véspera, o dólar havia subido quase 2%, influenciado pela decisão de política monetária do Banco Central, que cortou a taxa básica Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, na quarta-feira. Na mínima do dia, às 12h07, o dólar chegou a ser cotado a 4,8455 reais, com queda de 1,11%.
Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, comentou que o movimento no câmbio foi exacerbado pela forte desvalorização do real ao longo da semana, abrindo espaço para uma realização de lucros nesta sexta-feira, com uma valorização significativa do real. No exterior, no fim da tarde, o dólar continuava em queda em relação a moedas fortes e em relação a moedas de países emergentes ou exportadores de commodities.
Às 17:14 (de Brasília), o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, registrou uma queda de 0,42%, atingindo 102,020. Para José Faria Júnior, diretor da consultoria Wagner Investimentos, o índice do dólar vai cair de fato "quando o mercado entender que o Fed parou mesmo de subir juros". Nesse caso, segundo ele, o dólar experimentará novas mínimas em relação ao real.
"Mas obviamente estamos em um processo de corte de juros no Brasil, em que a Selic estará, a princípio, em 11,75% no fim do ano. E o Fed ainda pode subir mais seus juros. Logo, pode surgir algum incômodo para o dólar cair mais", avaliou.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de setembro.
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