A economia dos Estados Unidos surpreende ao apresentar um crescimento acelerado no segundo trimestre, de acordo com dados do Departamento de Comércio divulgados nesta quinta-feira, 27.
A economia dos Estados Unidos surpreende ao apresentar um crescimento acelerado no segundo trimestre, de acordo com dados do Departamento de Comércio divulgados nesta quinta-feira, 27.
Ilustração dolar (Pixabay)
A economia dos Estados Unidos surpreende ao apresentar um crescimento acelerado no segundo trimestre, de acordo com dados do Departamento de Comércio divulgados nesta quinta-feira, 27.
Nesse período, a economia foi impulsionada principalmente pelos gastos de consumo e pelo aumento dos investimentos. O crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 2,4% no segundo trimestre do ano, de abril a junho, conforme informado pelo Departamento de Comércio, apesar das previsões pessimistas de desaceleração.
Embora os economistas tenham alertado sobre uma possível desaceleração à medida que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) elevava rapidamente as taxas de juros no último ano para conter a demanda e reduzir a inflação, a economia mostrou ser mais resistente do que o esperado. No primeiro trimestre, o crescimento do PIB foi revisado significativamente para cima, atingindo 2% - frente a uma estimativa inicial de 1,1% -, impulsionado por um consumo mais forte do que o previsto. Nesta quinta-feira, o aumento do PIB "refletiu aumentos nos gastos dos consumidores, no investimento fixo não residencial e nos gastos do governo estadual e dos governos locais", entre outras áreas, conforme indicado em comunicado do Departamento de Comércio.
Consumidores adotam cautela
"Os consumidores continuam com desejo de gastar, embora tenham se tornado mais cautelosos e seletivos", afirmou o analista Gregory Daco, economista-chefe da EY-Parthenon. Os gastos dos consumidores mantiveram um crescimento de 1,6% no segundo trimestre, porém em ritmo mais lento do que no primeiro trimestre, devido aos preços ainda elevados e às condições de crédito mais restritas, explicou Daco.
Atualmente, "o crescimento do salário real está se tornando positivo" e está auxiliando o consumo à medida que a inflação se acalma, acrescentou. Enquanto isso, os investimentos residenciais registraram a nona queda trimestral consecutiva, de acordo com o mais recente relatório do Produto Interno Bruto, embora os investimentos empresariais tenham crescido 7,7%.
De acordo com o analista, há sinais positivos de que os "executivos continuam impulsionando o crescimento, apesar das preocupações persistentes sobre uma recessão". O aumento dos investimentos em estruturas ainda "reflete o forte ímpeto" dos gastos governamentais relacionados à lei de investimentos em infraestrutura e empregos, à lei CHIPS e de Ciência, e à Lei de Redução da Inflação, acrescentou.
Porém, mesmo com a "elevação dos investimentos em inventários privados e uma aceleração nos investimentos fixos não residenciais", que contribuíram para o crescimento acelerado do PIB, isso foi parcialmente compensado pela queda das exportações e dos gastos públicos.
Caminho otimista
Outros analistas estão considerando a possibilidade de uma leve recessão nos Estados Unidos na segunda metade do ano. No entanto, essa perspectiva parece estar diminuindo à medida que os dados mostram um mercado de trabalho robusto, baixo desemprego e gastos contínuos dos lares, acompanhados de uma redução na inflação.
O presidente do Fed, Jerome Powell, informou à imprensa na quarta-feira que sua equipe não prevê mais uma recessão, embora ainda esperem "uma notável desaceleração do crescimento a partir do final do ano". Isso acontece após o Fed elevar a taxa de referência dos juros pela décima primeira vez desde março de 2022, levando-as aos níveis mais altos em 22 anos.
"O crescimento está superando as expectativas, mesmo com a política monetária restritiva", avaliou Rubeela Farooqi, economista-chefe para os EUA da High Frequency Economics.
"Um setor doméstico forte, que continua se beneficiando do crescimento do emprego e dos aumentos reais de renda, deve continuar crescendo em uma trajetória positiva este ano", acrescentou.
Daco, por outro lado, destaca que "a economia ainda enfrenta desafios devido aos altos preços e custos, às condições de crédito restritas e às taxas de juros elevadas". Outros riscos incluem a questão do reembolso de empréstimos estudantis e o crescimento global mais fraco.
Mike Fratantoni, economista-chefe da Mortgage Bankers Association, afirmou que o crescimento sustentado nos gastos dos consumidores no segundo trimestre reflete claramente a força do mercado de trabalho. No entanto, ele acrescentou que a forte queda nas exportações indica que esse crescimento, em meio a uma economia global enfraquecida, enfrenta desafios significativos.
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