A distribuição dos tokens WLD em troca de dados biométricos dos olhos teve início há duas semanas na cidade de São Paulo.
A distribuição dos tokens WLD em troca de dados biométricos dos olhos teve início há duas semanas na cidade de São Paulo.
ilustração robo (pixabay)
Após um período de duas semanas, o projeto Worldcoin, liderado por Sam Altman, conhecido pelo seu envolvimento na tecnologia de inteligência artificial ChatGPT, suspendeu suas atividades no Brasil relacionadas ao registro de interessados em trocar informações biométricas por uma criptomoeda chamada WLD. Os quatro pontos de coleta de dados biométricos localizados nas proximidades do bairro Itaim Bibi, em São Paulo, foram desativados. Indivíduos brasileiros vinham frequentando esses locais recentemente, inclusive durante o evento Campus Party, que ocorreu até o dia 30 de julho, para realizar o escaneamento ocular. Pelo menos um dos pontos de coleta permanecia em operação até o dia anterior, segundo informações apuradas pela reportagem.
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A fim de receber uma quantia equivalente a um pouco menos de R$ 300 em criptomoedas, os interessados precisavam realizar o download de um aplicativo, efetuar um cadastro e, em seguida, submeter-se ao escaneamento ocular realizado por uma esfera conhecida como "orb". Esta esfera era responsável por registrar o globo ocular e gerar uma espécie de identidade digital.
Questionada pelo InfoMoney, a Worldcoin Foundation, entidade por trás dessa iniciativa, comunicou que a verificação de identidade realizada no Brasil representava uma fase de testes do projeto e não tinha a intenção de se manter de forma permanente nesse momento. A fundação expressou: "Planejamos disponibilizar serviços contínuos no Brasil em algum momento futuro" e sugeriu que os interessados fiquem atentos a atualizações no aplicativo oficial, uma vez que o projeto estava lidando com um aumento na demanda.
Estima-se que, em escala global, a Worldcoin tenha registrado aproximadamente 2,2 milhões de pessoas.
Pressão Governamental
Apesar de ser uma novidade, a Worldcoin já enfrenta desafios com autoridades. Na semana passada, o governo queniano ordenou a suspensão do registro de íris, alegando preocupações com a segurança pública. Na mesma linha, a Agência de Acesso à Informação Pública (AAIP) na Argentina anunciou esta semana a investigação de possíveis violações às leis de segurança e privacidade do país devido à coleta de dados dos cidadãos.
No Brasil, a ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados), conforme informações do jornal Folha de S.Paulo, está avaliando a conformidade da Worldcoin com os requisitos da LGPD, que prioriza o tratamento de dados biométricos.
Essa turbulência governamental começou a impactar o valor do token WLD. Após parecer desafiar a típica volatilidade das novas criptomoedas, o token viu seu preço recuar cerca de 20%, negociando a US$ 1,69 na tarde desta sexta-feira (11), apenas dois dias após operar entre US$ 2 e US$ 2,50.
Essa queda afeta diretamente a recompensa para aqueles que concordaram em ter seus olhos escaneados pela empresa, com o valor fixado em 25 unidades do token. De aproximadamente R$ 260 dois dias atrás, o valor dos ativos passou para R$ 206, levando em consideração a variação cambial do dólar no período.
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