Valorização do dólar impulsionou transações de café, porém volumes permanecem reduzidos
Valorização do dólar impulsionou transações de café, porém volumes permanecem reduzidos
Ilustração negocios (Pixabay)
Os preços do café no mercado físico apresentaram melhora para os produtores brasileiros na semana passada, apesar das flutuações nas cotações internacionais do arábica na Bolsa de Nova York. O Escritório Carvalhaes observa que a valorização do dólar em relação ao real incentivou os compradores, embora as quantidades negociadas ainda estejam abaixo do normal para este período.
No entanto, na sexta-feira (4/8), o mercado praticamente estagnou no mercado físico brasileiro devido à queda dos preços na bolsa e à desvalorização do câmbio.
"A alta significativa do dólar em relação ao real levou os compradores do mercado físico brasileiro a melhorarem os preços base, estimulando um volume maior de negociações", destaca o boletim semanal do Carvalhaes.
Comparando as duas últimas sextas-feiras (28/7 e 4/8), os preços de referência para a saca de 60 quilos, calculados pelo Escritório Carvalhaes com base no contrato com vencimento em setembro em Nova York, aumentaram de R$ 988,16 para R$ 1.040,70. No atual cenário, um café cereja descascado bem preparado foi negociado na sexta-feira (4/8) entre R$ 910 e R$ 940 por saca. O arábica classificado como fino a extrafino da Mogiana paulista e de Minas Gerais variou entre R$ 870 e R$ 910 por saca.
Em relação à colheita do Brasil, maior produtor e exportador mundial, os operadores do mercado de arábica continuam atentos. Na sexta-feira, os contratos com vencimento em setembro de 2023 caíram 2,06%, fechando a US$ 1,61 por libra-peso. O vencimento de dezembro de 2023 também encerrou em baixa, cotado a US$ 1,60 a libra-peso.
Apesar dos fundos manterem suas expectativas de que a safra será suficiente para atender à demanda, a posição líquida vendida (expectativa de baixa) dos fundos no café arábica em Nova York foi de 12.087 mil contratos entre 25 de julho e 1º de agosto, segundo a Comissão de Negociações com Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês).
Carvalhaes adota uma postura mais cautelosa e destaca que os fundamentos no Brasil sinalizam maior incerteza. "O que é concreto é que a colheita de 2023 está progredindo e se aproxima do final, com relatos de cafeicultores e cooperativas sobre uma colheita menor do que o projetado antes do início dos trabalhos. Além disso, os armazéns estão com menos café do que o normal", observa o boletim semanal. Essa avaliação é reforçada pela percepção dos produtores de que os estoques de café estão em queda. A incerteza sobre o comportamento do clima, influenciado pelo El Niño, até a colheita de 2024 também contribui para o cenário.
"Diante dessa situação, juntamente com a queda acentuada nos preços do café, os produtores estão vendendo em volumes mais baixos para cumprir os compromissos imediatos", explica Carvalhaes.
O indicador diário do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o café arábica acumula alta de 1% nos primeiros dias de agosto. Na sexta-feira, a saca de 60 quilos foi cotada em média a R$ 843,26, com base em São Paulo.
No mês passado, apesar de uma reação observada em alguns dias no final do mês, a média foi mais baixa em comparação com períodos anteriores. Em julho, a média foi de R$ 819,61 por saca de 60 quilos. Em junho, foi de R$ 919,79 e, em julho de 2022, de R$ 1.318,78. Os pesquisadores do Cepea afirmam em seu relatório mensal que a média de julho de 2023 foi a mais baixa desde abril de 2021. A pressão sobre os preços advém do avanço da colheita no Brasil e das expectativas de uma boa oferta no curto prazo. Isso também afeta o café robusta.
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