ilustração dinheiro (pixabay)
No acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, o montante total das vendas de novos imóveis apresentou um aumento significativo de 8,7% em comparação ao mesmo período de 2022, de acordo com os dados fornecidos pelo indicador Abrainc-Fipe. Esse indicador é um levantamento elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), com informações provenientes de 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
O crescimento do valor das vendas, avaliado em reais e envolvendo as incorporadoras pesquisadas, foi predominantemente impulsionado pelo desempenho positivo dos empreendimentos vinculados ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Esse programa registrou um notável aumento de 11%, contrastando com o crescimento de 4,1% observado nos novos imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP).
Foi explicado que a performance das vendas no segmento MAP foi anteriormente afetada pela reclassificação de propriedades originalmente destinadas ao MCMV. Devido aos aumentos nos custos de construção nos últimos anos, empreendimentos antes direcionados ao MCMV foram realocados para a categoria MAP. No entanto, a situação foi corrigida em junho, quando houve um ajuste no teto do programa MCMV, elevando-o para R$ 350 mil.
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No que diz respeito ao valor total dos lançamentos, houve um crescimento de 6,7%. Entretanto, no segmento MAP, registrou-se uma redução notável de 34,5% no valor total dos lançamentos de novos empreendimentos durante o período analisado, de acordo com informações da associação.
A Abrainc enfatizou que o segmento MAP enfrenta desafios significativos devido às altas taxas de juros, que prejudicam tanto o crescimento das empresas quanto o acesso aos financiamentos imobiliários pelo Sistema Brasileiro Poupança e Empréstimos (SBPE). Essa situação é resultado do impacto dos juros nos custos dos empréstimos, gerando obstáculos consideráveis.
Para contornar essas dificuldades, a pesquisa sugere elevar o direcionamento dos recursos da caderneta de poupança para o crédito imobiliário de 65% para 70%. Isso potencialmente tornaria os financiamentos mais acessíveis, incentivando o segmento MAP e facilitando a realização de projetos.
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Em contrapartida, o segmento MCMV registrou um aumento notável de 63,8% no valor total dos lançamentos, uma tendência que pode ser atribuída à implementação do Novo MCMV. Esse novo modelo facilitou o acesso à moradia para famílias de baixa renda e possibilitou o lançamento de diversos novos empreendimentos voltados para essa parcela da população. Esses esforços não apenas têm o potencial de criar empregos, mas também de reduzir o atual déficit habitacional estimado em 7,8 milhões de moradias, conforme destacado pela Abrainc.
O presidente da associação, Luiz França, avaliou os dados como demonstrativos da notável resiliência do mercado imobiliário brasileiro. Mesmo em meio a um cenário de taxas de juros elevadas e desafios econômicos e sociais, o mercado imobiliário conseguiu manter um desempenho positivo. Com a economia brasileira gradualmente ganhando força após períodos de instabilidade, a perspectiva de taxas de juros mais baixas e programas governamentais como o Minha Casa Minha Vida deverá continuar impulsionando os investimentos no setor habitacional, concluiu o executivo.
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